O Brasil é o segundo país com a maior taxa de cesárea no mundo, atingindo quase 60% dos nascimentos no país. Para ampliar o conforto da mulher no parto e reduzir as taxas de cesárea, o Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estão coordenando um projeto inovador de cooperação técnico-científica entre o Brasil e a França. Como parte das ações do projeto, foi realizada, entre os dias 4 e 8 de dezembro, a visita de uma delegação francesa para avaliação e monitoramento de maternidade-piloto no Brasil.
“É inadmissível que, em um país como o nosso, menos de 10% das mulheres tenham acesso à analgesia peridural durante o parto. Precisamos mudar essa realidade. As mulheres têm direito a um parto com conforto e dignidade”, destaca a Drª Mônica Neri, representante do ISC/UFBA na coordenação do projeto. O estudo é também coordenado pela Drª Maria do Carmo Leal, representante da Fiocruz.
Dentro da programação da visita, foram realizados dois seminários sobre analgesia peridural no parto, um no Rio de Janeiro e outro em Fortaleza, sedes das cinco maternidades-piloto. Na ocasião, as equipes discutiram os processos organização do serviço e de manejo da analgesia peridural no parto na França e apresentaram os resultados iniciais da Maternidade Maria Amélia Buarque de Holanda, no Rio de Janeiro, e da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, em Fortaleza.
Composta por oito profissionais de saúde, incluindo anestesistas, obstetras e “sage-femmes” (enfermeiras obstétricas), a delegação francesa foi liderada pelo professor Philippe Descamps e Damien Subtil, coordenadores dos Centros Hospitalares Universitários de Angers e de Lille, respectivamente.
Importantes instituições relacionadas ao tema prestigiaram o evento e declararam seu apoio ao projeto, como a Embaixada da França, o Ministério da Saúde da França, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a Sociedade Brasileira de Anestesiologia e a Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras – Seção Rio de Janeiro (Abenfo-RJ).
A Bahia está em tratativa para adesão ao projeto e esteve representada pelo subsecretário de Saúde do Estado, Paulo Barbosa, e equipe.
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