[:pb]Desde o começo da pandemia, em março deste ano, o Brasil já registrou mais de 6,5 milhões de infectados e 175 mil mortes causadas pela Covid-19. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que aponta também um crescimento expressivo do número de novos casos da doença desde novembro. Mas, afinal, estamos diante de uma segunda onda ou de um recrudescimento da primeira? Para responder a essa pergunta, especialistas das áreas de epidemiologia e processamento de dados científicos participaram de um debate virtual promovido pelo ObservaCovid, projeto liderado pelo Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da UFBA, na terça-feira (01/12).
O webinário “Pandemia de Covid-19: temos uma segunda onda?” contou com a participação dos pesquisadores Daniel Villela, coordenador do Programa de Computação Científica da Fiocruz do Rio de Janeiro; Maria Yury Ichihara, vice-coordenadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz- BA/Rede CoVida); e Eduardo Hage Carmo (UFBA/Fiocruz-BA/Rede CoVida). A sessão foi coordenada pela epidemiologista e professora Glória Teixeira (ISC/UFBA).
Durante a apresentação, Daniel Villela destacou o comportamento da doença nos países europeus que estariam passando pela chamada segunda onda da pandemia, a exemplo do Reino Unido, e comparou a situação com o cenário epidemiológico da Covid-19 vivido no Brasil. “O que se observou lá foram números mais baixos e um aumento recente bastante expressivo de casos confirmados. E é isso que foi chamado de segunda onda nesses países da Europa”, explicou.
Para Villela, apesar do crescimento recente de casos, o Brasil não atingiu um patamar de incidência extremamente baixo a ponto de se falar em uma nova onda. “Desde que começou a pandemia, nunca chegamos a níveis muito confortáveis”, ponderou.
Segundo a professora Glória Teixeira, o Brasil precisaria registrar índices de incidência para Covid-19 próximos a zero, por pelo menos dois meses, seguido de um crescimento expressivo, para se caracterizar uma segunda onda. “Nós estamos no recrudescimento de uma primeira onda que não acabou”, observou.
Ainda segundo Teixeira, o momento é de reforçar as medidas de controle e evitar a transmissão do vírus. “Só vamos evitar os óbitos, se evitarmos os casos. Precisamos continuar na luta para garantir que haja a menor transmissão possível”, alertou.
Ocupação de Leitos
Daniel Villela também chamou atenção para as taxas de ocupação de leitos de UTI no país e o agravamento da pandemia diante do crescimento no número de casos. Dados do último Boletim do Observatório Fiocruz Covid-19 mostram que alguns estados já estão em situação crítica, com índice de ocupação de leitos acima de 80% (Amazonas e Espírito Santo). Outros, apesar de estarem abaixo desse índice, estão na chamada zona intermediária, que requer bastante atenção e cuidado.
“Esse crescimento no número de casos nos estados deve disparar um alerta para a vigilância local poder se preparar. Se vai acontecer a segunda onda ou não de Covid-19, o importante é ter ações desde já”, destacou.
Para Maria Yury Ichihara, a questão da ocupação de leitos precisa ser discutida levando em consideração o fechamento de vagas anteriormente criadas. “No momento de pico da pandemia, houve todo um investimento na criação de número de leitos, tanto de leitos clínicos, quantos leitos de UTI, e que depois foram desativados. Portanto, essa ocupação precisa ser relativizada”, avaliou.
Covid-19 na Bahia
O primeiro caso de Covid-19 na Bahia foi registrado em 06 de março de 2020, na cidade de Feira de Santana. Desde então, foram registrados 416.734 casos confirmados da doença e 8.360 mortes no estado, que resulta numa letalidade de 2%. Os dados são da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), atualizados neste sábado (05/12).
Entre a 46ª (de 8 a 14 de novembro) e a 47ª semana (de 15 a 21 de novembro), o aumento do número de casos na Bahia chegou a 10,3%. No mesmo período, o crescimento em Salvador foi 20,2%. Em todo o estado, a maior incidência foi identificada em Feira de Santana, que atingiu 21,4% de aumento. “É possível que esses índices estejam relacionados às eleições e também por Feira de Santana ser um centro de comércio e de passagem para todo o estado da Bahia e outras regiões do Brasil”, avalia Ichihara.
Relaxamento do distanciamento social
A população está aderindo ao distanciamento social? De acordo com dados disponibilizados pelo Community Mobility Reports, plataforma criada pelo Google que produz relatórios de movimentação para indicar se a política de isolamento está funcionando, esse cumprimento é questionável e vem caindo desde maio. Na região Nordeste, a queda ocorre mais acentuadamente nos estados de Pernambuco e Maranhão.
“A Bahia vem apresentando aumento de visitas a áreas não residenciais (supermercados, farmácias, parques, praias e estações de transporte), assim como apresenta um dos menores índices de isolamento social do Nordeste: 38,8%, acima apenas de Alagoas e Sergipe”, revela Ichihara.
De acordo com a pesquisadora, fatores econômicos e sociais podem estar intimamente ligados a um maior nível de relaxamento do distanciamento social. “As desigualdades estão aí presentes e trazem uma dificuldade imensa para a população mais pobre de aderir ao isolamento social por conta da necessidade de trabalho”, disse.
O epidemiologista Eduardo Hage Carmo (UFBA/Fiocruz-BA/Rede CoVida) falou sobre as mudanças trazidas pela pandemia e que foram responsáveis por criar novos hábitos à população, desde as medidas mais simples de serem incorporadas, como cuidados com a higienização, a questões mais complexas, que envolvem o retorno ao trabalho e às atividades escolares.
“A maioria das escolas, por exemplo, deve retomar as atividades presenciais ou virtuais em fevereiro, ou seja, provavelmente sem termos a vacina disponível. Então, como se dará esse retorno?”, questiona.
Para ele, a população apresenta sinais de desgaste em diferentes níveis. “Assim como houve um esgotamento em relação à interrupção de várias atividades, também há um esgotamento pelo uso virtual excessivo das atividades escolares. Nós vamos ter que reinventar tudo isso a cada momento”, avalia.
Projeto ObservaCovid
O webinário “Pandemia de Covid-19: temos uma segunda onda?” é uma iniciativa do projeto “ObservaCovid – Análise de Modelos e Estratégias de Vigilância em Saúde da Pandemia de Covid-19 (2020-2022)”, cujo objetivo é analisar estratégias e ações de vigilância em saúde em diferentes níveis de atenção, para reduzir a exposição ao vírus e à contaminação de trabalhadores de saúde e da população em geral.
“A nossa proposta para esse debate surgiu da necessidade de ampliar o tema através do olhar dos especialistas convidados e qualificar as discussões e as análises que estão sendo produzidos dentro do projeto”, destaca a coordenadora do ObservaCovid, professora Isabela Cardoso (ISC/UFBA).
Para ela, o evento é também uma oportunidade de romper as barreiras do conhecimento e ampliar o acesso à informação para além da comunidade acadêmica. “Nosso interesse é contribuir tanto na divulgação e esclarecimento da população, como propor recomendações a gestores de saúde, formuladores e implementadores das políticas públicas”, conclui.
O ObservaCovid reúne sete subprojetos e uma ampla rede de pesquisadores/as. O projeto de pesquisa foi apresentado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com base na concepção de vigilância em saúde construída no Instituto de Saúde Coletiva da UFBA nas últimas três décadas.
Para acesso a boletins e outras informações sobre o projeto, acesse: https://www.analisepoliticaemsaude.org/oaps/[:en]Since the beginning of the pandemic, in March of this year, Brazil has registered more than 6.5 million people infected and 175 thousand deaths caused by Covid-19. The data are from the National Council of Health Secretaries (Conass), which also points to a significant growth in the number of new cases of the disease since November. But, after all, are we facing a second wave or a resurgence of the first? To answer this question, experts in the fields of epidemiology and scientific data processing participated in a virtual debate promoted by ObservaCovid, a project led by UFBA’s Institute of Collective Health (ISC), on Tuesday (01/12).
The “Covid-19 Pandemic Webinar: Do We Have a Second Wave?” it counted on the participation of researchers Daniel Villela, coordinator of the Scientific Computing Program at Fiocruz in Rio de Janeiro; Maria Yury Ichihara, deputy coordinator of the Data and Knowledge Integration Center for Health (Cidacs / Fiocruz-BA / Rede CoVida); and Eduardo Hage Carmo (UFBA / Fiocruz-BA / CoVida Network). The session was coordinated by epidemiologist and professor Glória Teixeira (ISC / UFBA).
During the presentation, Daniel Villela highlighted the behavior of the disease in European countries that would be going through the so-called second wave of the pandemic, like the United Kingdom, and compared the situation with the epidemiological scenario of Covid-19 lived in Brazil. “What was observed there were lower numbers and a very significant recent increase in confirmed cases. And that is what was called the second wave in these countries in Europe ”, he explained.
For Villela, despite the recent growth of cases, Brazil has not reached an extremely low level of incidence to the point of talking about a new wave. “Since the pandemic began, we have never reached very comfortable levels,” he said.
According to Professor Glória Teixeira, Brazil would need to register incidence rates for Covid-19 close to zero, for at least two months, followed by an expressive growth, in order to characterize a second wave. “We are in the upsurge of a first wave that is not over,” he noted.
Still according to Teixeira, the moment is to reinforce the control measures and avoid the transmission of the virus. “We will only avoid deaths, if we avoid cases. We need to continue the fight to ensure that there is as little transmission as possible ”, he warned.
Bed Occupation
Daniel Villela also drew attention to the rates of occupancy of ICU beds in the country and the worsening of the pandemic due to the growth in the number of cases. Data from the latest Fiocruz Covid-19 Observatory Bulletin show that some states are already in a critical situation, with bed occupancy rates above 80% (Amazonas and Espírito Santo). Others, despite being below this index, are in the so-called intermediate zone, which requires a lot of attention and care.
“This growth in the number of cases in the states should trigger an alert for local surveillance to be able to prepare. Whether the second wave of Covid-19 is going to happen or not, the important thing is to have actions now, ”he said.
For Maria Yury Ichihara, the issue of bed occupation needs to be discussed taking into account the closing of previously created vacancies. “At the peak of the pandemic, there was an entire investment in the creation of the number of beds, both clinical beds and ICU beds, which were later deactivated. Therefore, this occupation needs to be relativized ”, he evaluated.
Covid-19 in Bahia
The first case of Covid-19 in Bahia was registered on March 6, 2020, in the city of Feira de Santana. Since then, 416,734 confirmed cases of the disease and 8,360 deaths have been recorded in the state, resulting in a 2% lethality. The data are from the Health Department of the State of Bahia (Sesab), updated this Saturday (12/05).
Between the 46th (from 8 to 14 November) and the 47th week (from 15 to 21 November), the increase in the number of cases in Bahia reached 10.3%. In the same period, growth in Salvador was 20.2%. Across the state, the highest incidence was identified in Feira de Santana, which reached a 21.4% increase. “It is possible that these indexes are related to the elections and also because Feira de Santana is a center of commerce and transit for the entire state of Bahia and other regions of Brazil”, evaluates Ichihara.
Relaxation of social detachment
Is the population adhering to social distance? According to data provided by Community Mobility Reports, a platform created by Google that produces movement reports to indicate whether the isolation policy is working, this compliance is questionable and has been falling since May. In the Northeast region, the decline occurs more sharply in the states of Pernambuco and Maranhão.
“Bahia has been showing an increase in visits to non-residential areas (supermarkets, pharmacies, parks, beaches and transportation stations), as well as having one of the lowest rates of social isolation in the Northeast: 38.8%, above only Alagoas and Sergipe ”, Reveals Ichihara.
According to the researcher, economic and social factors may be closely linked to a greater level of relaxation from social distance. “Inequalities are there and make it extremely difficult for the poorest population to adhere to social isolation because of the need for work,” he said.
Epidemiologist Eduardo Hage Carmo (UFBA / Fiocruz-BA / Rede CoVida) talked about the changes brought about by the pandemic and that were responsible for creating new habits for the population, from the simplest measures to be incorporated, such as hygiene care, issues more complex, involving returning to work and school activities.
“Most schools, for example, are expected to resume face-to-face or virtual activities in February, that is, probably without having the vaccine available. So, how will this return happen? ”, He asks.
For him, the population shows signs of wear at different levels. “Just as there was an exhaustion in relation to the interruption of several activities, there is also an exhaustion due to the excessive virtual use of school activities. We are going to have to reinvent all of that every moment, ”he says.
ObservaCovid Project
The “Covid-19 Pandemic Webinar: Do We Have a Second Wave?” is an initiative of the project “ObservaCovid – Analysis of Models and Strategies for Health Surveillance of the Covid-19 Pandemic (2020-2022)”, whose objective is to analyze strategies and actions of health surveillance at different levels of care, to reduce the exposure to the virus and contamination of health workers and the general population.
“Our proposal for this debate arose from the need to expand the theme through the eyes of the invited experts and to qualify the discussions and analyzes that are being produced within the project”, highlights the coordinator of ObservaCovid, professor Isabela Cardoso (ISC / UFBA) .
For her, the event is also an opportunity to break the barriers of knowledge and expand access to information beyond the academic community. “Our interest is to contribute both to the dissemination and clarification of the population, as well as to propose recommendations to health managers, formulators and implementers of public policies”, he concludes.
ObservaCovid brings together seven subprojects and a wide network of researchers. The research project was presented to the National Council for Scientific and Technological Development (CNPq), based on the concept of health surveillance built at the Institute of Collective Health at UFBA in the last three decades.
For access to newsletters and other information about the project, visit: https://www.analisepoliticaemsaude.org/oaps/[:es]Desde el inicio de la pandemia, en marzo de este año, Brasil registró más de 6,5 millones de personas infectadas y 175 mil muertes causadas por Covid-19. Los datos son del Consejo Nacional de Secretarios de Salud (Conass), que también apunta a un crecimiento significativo en el número de nuevos casos de la enfermedad desde noviembre. Pero, después de todo, ¿nos enfrentamos a una segunda ola o al resurgimiento de la primera? Para responder a esta pregunta, expertos en los campos de la epidemiología y el procesamiento de datos científicos participaron en un debate virtual impulsado por ObservaCovid, un proyecto liderado por el Instituto de Salud Colectiva (ISC) de la UFBA, el martes (01/12).
El “Seminario web sobre la pandemia de Covid-19: ¿Tenemos una segunda ola?” contó con la participación de los investigadores Daniel Villela, coordinador del Programa de Computación Científica de la Fiocruz en Río de Janeiro; Maria Yury Ichihara, coordinadora adjunta del Centro de Integración de Datos y Conocimiento para la Salud (Cidacs / Fiocruz-BA / Rede CoVida); y Eduardo Hage Carmo (UFBA / Fiocruz-BA / Red CoVida). La sesión fue coordinada por la epidemióloga y profesora Glória Teixeira (ISC / UFBA).
Durante la presentación, Daniel Villela destacó el comportamiento de la enfermedad en países europeos que estarían atravesando la llamada segunda ola de la pandemia, como Reino Unido, y comparó la situación con el escenario epidemiológico del Covid-19 vivido en Brasil. “Lo que se observó fue un número menor y un aumento reciente muy significativo de casos confirmados. Y eso es lo que se llamó la segunda ola en estos países de Europa ”, explicó.
Para Villela, a pesar del reciente crecimiento de casos, Brasil no ha alcanzado un nivel de incidencia bajísimo hasta el punto de hablar de una nueva ola. “Desde que comenzó la pandemia, nunca hemos alcanzado niveles muy cómodos”, dijo.
Según la profesora Glória Teixeira, Brasil necesitaría registrar tasas de incidencia de Covid-19 cercanas a cero, durante al menos dos meses, seguido de un crecimiento expresivo, a fin de caracterizar una segunda ola. “Estamos en el resurgimiento de una primera ola que no ha terminado”, señaló.
Aún según Teixeira, el momento es reforzar las medidas de control y evitar la transmisión del virus. “Solo evitaremos muertes si evitamos los casos. Necesitamos continuar la lucha para que haya la menor transmisión posible ”, advirtió.
Ocupación de cama
Daniel Villela también llamó la atención sobre las tasas de ocupación de camas de UCI en el país y el agravamiento de la pandemia por el crecimiento en el número de casos. Los datos del último Boletín del Observatorio Fiocruz Covid-19 muestran que algunos estados ya se encuentran en una situación crítica, con tasas de ocupación de camas superiores al 80% (Amazonas y Espírito Santo). Otros, a pesar de estar por debajo de este índice, se encuentran en la denominada zona intermedia, que requiere mucha atención y cuidado.
“Este crecimiento en el número de casos en los estados debería desencadenar una alerta para que la vigilancia local se pueda preparar. Ya sea que ocurra o no la segunda ola de Covid-19, lo importante es tener acciones ahora ”, dijo.
Para Maria Yury Ichihara, el tema de la ocupación de camas debe ser discutido teniendo en cuenta el cierre de las vacantes creadas previamente. “En el pico de la pandemia, hubo una inversión total en la creación de la cantidad de camas, tanto clínicas como camas de UCI, que luego fueron desactivadas. Por tanto, esta ocupación necesita ser relativizada ”, evaluó.
Covid-19 en Bahía
El primer caso de Covid-19 en Bahía se registró el 6 de marzo de 2020 en la ciudad de Feira de Santana. Desde entonces, se han registrado 416,734 casos confirmados de la enfermedad y 8,360 muertes en el estado, lo que resulta en una letalidad del 2%. Los datos son del Departamento de Salud del Estado de Bahía (Sesab), actualizados este sábado (12/05).
Entre la semana 46 (del 8 al 14 de noviembre) y la semana 47 (del 15 al 21 de noviembre), el aumento del número de casos en Bahía alcanzó el 10,3%. En el mismo período, el crecimiento en Salvador fue del 20,2%. En todo el estado, la mayor incidencia se identificó en Feira de Santana, que alcanzó un aumento del 21,4%. “Es posible que estos índices estén relacionados con las elecciones y también porque Feira de Santana es un centro de comercio y tránsito para todo el estado de Bahía y otras regiones de Brasil”, evalúa Ichihara.
Relajación del desapego social
¿La población se adhiere a la distancia social? Según los datos proporcionados por Community Mobility Reports, una plataforma creada por Google que produce informes de movimiento para indicar si la política de aislamiento está funcionando, este cumplimiento es cuestionable y ha estado disminuyendo desde mayo. En la región Nordeste, el descenso se produce con mayor intensidad en los estados de Pernambuco y Maranhão.
“Bahía viene mostrando un incremento en las visitas a áreas no residenciales (supermercados, farmacias, parques, playas y estaciones de transporte), además de tener una de las tasas más bajas de aislamiento social en el Nordeste: 38,8%, solo por encima de Alagoas y Sergipe ”, Revela Ichihara.
Según el investigador, los factores económicos y sociales pueden estar íntimamente ligados a un mayor nivel de relajación de la distancia social. “Las desigualdades están ahí y dificultan enormemente a la población más pobre adherirse al aislamiento social por la necesidad de trabajo”, dijo.
El epidemiólogo Eduardo Hage Carmo (UFBA / Fiocruz-BA / Rede CoVida) habló sobre los cambios provocados por la pandemia y que fueron los encargados de crear nuevos hábitos para la población, desde las medidas más sencillas a incorporar, como el cuidado de la higiene, cuestiones más complejo, que implica el regreso al trabajo y las actividades escolares.
“Se espera que la mayoría de las escuelas, por ejemplo, reanuden las actividades presenciales o virtuales en febrero, es decir, probablemente sin tener la vacuna disponible. Entonces, ¿cómo sucederá este regreso? ”, Pregunta.
Para él, la población muestra signos de desgaste a distintos niveles. “Así como hubo un agotamiento en relación a la interrupción de varias actividades, también hay un agotamiento por el uso virtual excesivo de las actividades escolares. Vamos a tener que reinventar todo eso en cada momento ”, dice.
Proyecto ObservaCovid
El “Seminario web sobre la pandemia de Covid-19: ¿Tenemos una segunda ola?” es una iniciativa del proyecto “ObservaCovid – Análisis de Modelos y Estrategias de Vigilancia en Salud de la Pandemia Covid-19 (2020-2022)”, cuyo objetivo es analizar estrategias y acciones de vigilancia de la salud en diferentes niveles de atención, para reducir la exposición al virus y contaminación del personal sanitario y de la población en general.
“Nuestra propuesta para este debate surgió de la necesidad de ampliar el tema a través de la mirada de los expertos invitados y de matizar las discusiones y análisis que se están produciendo dentro del proyecto”, destaca la coordinadora de ObservaCovid, profesora Isabela Cardoso (ISC / UFBA) .
Para ella, el evento también es una oportunidad para romper las barreras del conocimiento y ampliar el acceso a la información más allá de la comunidad académica. “Nuestro interés es contribuir tanto a la difusión y esclarecimiento de la población, como a proponer recomendaciones a los gestores de salud, formuladores e implementadores de políticas públicas”, concluye.
ObservaCovid reúne siete subproyectos y una amplia red de investigadores. El proyecto de investigación fue presentado al Consejo Nacional de Desarrollo Científico y Tecnológico (CNPq), basado en el concepto de vigilancia de la salud construido en el Instituto de Salud Colectiva de la UFBA en las últimas tres décadas.
Para acceder a boletines y otra información sobre el proyecto, visite: https://www.analisepoliticaemsaude.org/oaps/[:]