Segundo o Ministério da Saúde, o número de mortes causadas por leptospirose no Brasil aumentou mais de 70% nos últimos dois anos. Mas como superar esse problema de saúde marcado pela invisibilidade e que afeta principalmente as populações mais vulneráveis? O assunto foi destaque da mesa-redonda “Leptospirose: um modelo de vigilância integrada por meio de uma abordagem de saúde única”, realizada na manhã desta segunda-feira (11), no 58º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MedTrop 2023), no Centro de Convenções de Salvador.
O pesquisador Federico Costa, professor do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, abriu o ciclo de palestras com o tema “Relação multifatorial de determinantes ambientais, socioeconômicos, infraestrutural e acesso a serviços públicos: um modelo para otimização de medidas de controle para leptospirose”. A apresentação destacou a complexidade dos fatores que influenciam a disseminação da leptospirose e como um modelo integrado pode ser uma ferramenta valiosa para melhorar as medidas de controle.
Na sequência, o pesquisador Adedayo Michael Awoniyi, pós-doutorando do ISC/UFBA, discutiu como desastres hidrológicos podem gerar impactos na ocorrência de leptospirose, lançando luz sobre a importância da hidrologia para avaliar e prever o risco da doença, especialmente em comunidades urbanas pobres.
A mesa-redonda contou ainda com a participação do pesquisador Eduardo de Mais, coordenador do Núcleo de Vigilância, Prevenção e Controle da Fauna Sinantrópica da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, que compartilhou a experiência do município de São Paulo no controle integrado de roedores urbanos como medida de prevenção da leptospirose.
Toda a discussão foi moderada pela pesquisadora Lidsy Ximenes Fonseca, consultora técnica do Ministério da Saúde.
Fotos: Egberto Siqueira