O 1º Seminário do Programa Nacional Brasil Saudável – Unir para Cuidar, realizado no último domingo (22) em São Paulo, reuniu mais de 140 participantes para discutir a importância da intersetorialidade no enfrentamento de infecções e doenças socialmente determinadas. O evento, organizado em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (Rede-TB), integrou as atividades do pré-congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Medtrop). Na ocasião, o Instituto de Saúde Coletiva da UFBA foi representado pela professora Joilda Nery.
Durante sua apresentação, a professora ressaltou o papel fundamental das estratégias de proteção social na mitigação dos impactos das doenças socialmente determinadas, como tuberculose, hanseníase e malária. Joilda Nery destacou que a proteção social é um conjunto integrado de estratégias que atuam sobre múltiplas dimensões da pobreza, possibilitando que os indivíduos saiam dessa condição, reduzindo sua transmissão em curto e longo prazo.
A professora apresentou evidências desenvolvidas ao longo dos últimos 12 anos, que mostram o impacto positivo de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, no controle de doenças relacionadas à pobreza. Segundo ela, há uma associação significativa entre a alta cobertura do Bolsa Família e a redução de casos de doenças como hanseníase.
Joilda Nery também chamou atenção para a necessidade de ações intersetoriais que integrem políticas públicas de diferentes áreas. Diversas evidências apontam que estratégias de proteção social, como programas de segurança alimentar e nutricional, melhorias das condições de moradia e transferência de renda, têm impactos importantes na melhoria das condições socioeconômicas, estado nutricional e qualidade de vida, especialmente das populações mais vulnerabilizadas.
O evento reforçou a importância de unir esforços entre ministérios, movimentos sociais e parceiros estratégicos para alcançar as metas do Programa Brasil Saudável, que busca eliminar sete doenças enquanto problemas de saúde pública e alcançar o controle de outras quatro doenças, atuando de maneira intersetorial para enfrentar questões como moradia, renda, saneamento básico e educação.