O Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA) e o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra lançam na próxima segunda-feira, 14 de outubro, o documentário “Reexistir por Linhas Transmutáveis – Histórias da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial Baiana”, dirigido pelo cineasta baiano Talbert Igor. O longa-metragem será lançado na Saladearte Cinema da UFBAem duas sessões gratuitas que acontecem às9h30 e 18h30Após a exibição haverá um bate-papo com o diretor, pesquisadores e trabalhadores envolvidos no projeto.

O filme propõe uma abordagem poética e ao mesmo tempo política sobre as narrativas individuais e coletivas que passam pelo tema saúde mental. A obra tem como fio condutor as ações do Projeto Psyglocal que acontece em parceria entre as duas universidades e tem como objetivo analisar a história dos direitos humanos no campo da psiquiatria e saúde mental. O filme conta com entrevistas e registros de uma série de iniciativas, projetos e associações que buscam discutir e fortalecer o atual cenário da reforma psiquiátrica, além de proporcionar trocas entre os movimentos antimanicomiais europeus e brasileiros.

Ao mesmo tempo em que traz questionamentos, a obra apresenta vivências dos profissionais e convivas – termo elaborado pelo poeta e militante da Luta Antimanicomial Mineira, Valtinho Folha Seca, para se referir às pessoas que fazem tratamentos nos CAPS. O documentário traz ainda debates, reivindicações de direitos, expressões artísticas e ameaças reais que a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) vem sofrendo.

O personagem principal que conduz a narrativa e conecta a todos os elementos do filme é Eduardo Calliga, poeta, conviva, militante da Luta Antimanicomial, Conselheiro Estadual de Saúde e presidente da Associação Metamorfose Ambulante de Usuários e Familiares do Serviço de Saúde Mental (AMEA). Eduardo traz reflexões, questionamentos, críticas e propostas importantes para a RAPS.

O documentário conta com a participação de importantes figuras da Luta Antimanicomial na Bahia e no Brasil, como os artistas e ativistas Helisleide Bonfim, Girlene Almeida e Sérgio Pinho; a psicóloga e diretora do grupo teatral “Os Insênicos”, Renata Berenstein; e a professora Mônica Nunes, do ISC/UFBA. Também traz referências internacionais, incluindo Tiago Pires Marques, coordenador da pesquisa em Portugal, e os pesquisadores europeus Mattia Faustini e Emmanuel Delille, que integram a equipe da Pesquisa Psyglocal.

A obra conta com a presença de importantes referências da Luta Antimanicomial na Bahia e no Brasil, incluindo os artistas, convivas e militantes Helisleide Bonfim, Girlene Almeida e Sérgio Pinho; a psicóloga e diretora do grupo teatral “Os Insênicos”, Renata Berenstein; e a professora Mônica Nunes (ISC/UFBA). Também participam nomes de destaque da pesquisa internacional, como Tiago Pires Marques, coordenador geral do estudo em Portugal, e os pesquisadores europeus Mattia Faustini e Emmanuel Delille, envolvidos na Pesquisa Psyglocal.

“É necessário dar uma maior atenção à nossa própria saúde mental enquanto indivíduos e sociedade, e para isso, é de fundamental importância que as políticas públicas antimanicomiais estejam fortalecidas e atuantes na prática. Infelizmente, ainda precisamos reafirmar que as pessoas que passam por situações de adoecimento mental têm direitos que deveriam ser assegurados pelo Estado brasileiro”, destaca o diretor Talbert.

A professora Mônica Nunes (ISC/UFBA) ressalta que o projeto propõe um diálogo entre a pesquisa acadêmica e uma produção de conhecimento participativa com os usuários dos serviços de saúde mental, destacando a importância do filme no debate público sobre o tema.

”A divulgação entre várias camadas e segmentos da sociedade pode colaborar com o enfrentamento do estigma e discriminação vividos por essas pessoas e que as levaram a serem segregadas da vida social, da possibilidade de circular pela cidade e de  serem reconhecidas por suas qualidades e capacidades. Nesse sentido, é um filme que tem por objetivo contribuir com a transformação cultural das mentalidades com uma abertura para a riqueza da diferença”, conclui a professora.

ASSISTA O TRAILER ABAIXO:

SERVIÇO

Lançamento do Filme:  “Reexistir por Linhas Transmutáveis – Histórias da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial Baiana”
Direção: Talbert Igor
Data: 14 de outubro
Onde: Saladearte Cinema da UFBA
Gratuito
9h30 – 12h: Sessão do filme seguida de bate-papo com o diretor Talbert Igor, a professora Mônica Nunes (ISC/UFBA) e pessoas envolvidas no Projeto Psyglocal
18h30 – 21h: Sessão do filme seguida de bate-papo com o diretor Talbert Igor, a professora Mônica Nunes (ISC/UFBA) e pessoas envolvidas no Projeto Psyglocal

FICHA TÉCNICA
Direção: Talbert Igor
Ano: 2024
País de origem: Brasil/ Portugal
Produção: Candeia Objetos de Arte

Realização:
Centro de Estudos Sociais Universidade de Coimbra – CES
Instituto de Saúde Coletiva Universidade Federal da Bahia – ISC/UFBA
Projeto Psyglocal – Sofrimento Psíquico e Direitos Humanos: Epistemologias da
Saúde Mental, Políticas e Ativismo na Psiquiatria (Lisboa – Portugal e Salvador – Bahia – Brasil, C. 1950 – C. 2020)