Discutir a problemática da violência contra as mulheres e promover práticas integrativas para promoção da saúde e do cuidado. Foi com essa proposta, pautada na luta e no compromisso social, que estudantes do curso de Graduação em Saúde Coletiva do ISC/UFBA desenvolveram uma série de atividades junto às participantes do Instituto “A Mulherada”, localizado no Centro Histórico de Salvador, no dia 20 de julho.

A ação é uma devolutiva à comunidade do trabalho final realizado pela turma da disciplina Práticas Integradas em Saúde Coletiva, ao longo do semestre 2022.1, sob orientação das professoras Marcele Paim e Laise Rezende. “Entre os inúmeros aprendizados, discutimos sobre a violência doméstica contra as mulheres, incluindo seus tipos, implicações, acesso aos serviços públicos de acolhimento e ciclo da violência. Conhecemos iniciativas relevantes para a nossa sociedade para acolhimento, apoio e empoderamento das mulheres”, destaca a professora Marcele Paim.

O Instituto “A Mulherada” acolhe mulheres vítimas de violência doméstica, oferecendo acolhimento e capacitação profissional. A elaboração da atividade no Instituto foi uma iniciativa dos próprios estudantes, para que pudessem entender melhor as questões ligadas à violência contra as mulheres no Território do Distrito Sanitário do Centro Histórico. “Essa atividade reforça o interesse e compromisso da turma com uma temática tão relevante”, avalia a professora.

Durante a visita, os estudantes apresentaram o produto final da disciplina e promoveram uma roda de conversa para discutir questões como violência doméstica, ciclo da violência e redes de apoio, com a colaboração da organização feminista “Tamo Juntas”. Além de toda a discussão, foram realizadas ainda práticas de respiração consciente e relaxamento, seguida de sessões de auriculoterapia para as mulheres.

“A nossa ideia foi também de promover um momento de bem-estar e promoção da saúde às participantes”, explica Rivaldo Barros, graduando em Saúde Coletiva e terapeuta integrativo. Para ele, o contato com o Instituto “A Mulherada” e a organização feminista “Tamos Juntas” representa uma experiência exitosa para a turma. “São exemplos de luta, compromisso, responsabilidade social, solidariedade e generosidade para todos nós”, avalia.

Felipe Fontes, graduando em Saúde Coletiva, também destaca a importância da atividade no processo formativo do sanitarista ao desenvolver no indivíduo a sensibilidade que a prática do sanitarista exige. “É importante frisar e valorizar a integração entre a graduação com a comunidade, tanto do ponto de vista da formação do sujeito como também em relação à contribuição que a própria UFBA, por meio do ISC, pode dar à comunidade externa, configurando como uma prática de extensão universitária – um dos tripés da universidade”, completa.

O componente curricular Práticas Integradas em Saúde Coletiva tem como objetivo estudar as relações do território com o processo saúde-doença-cuidado, entre serviços de saúde e de usuários, com foco em promoção da saúde. A disciplina foi dividida em três turmas e os produtos desenvolvidos pelos estudantes foram apresentados no dia 5 de julho, durante a realização do “Sarau Virtual”, atividade especial de encerramento do semestre 2022.1, promovida pela graduação em Saúde Coletiva.