Um grupo de pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) e do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia está desenvolvendo o Índice Brasileiro de Promoção da Saúde (IBPS). O projeto pretende fortalecer e qualificar a promoção da saúde no país e conta com o apoio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde.
A inciativa visa elaborar e disseminar um índice que gere informações mais próximas aos municípios brasileiros, por meio da combinação de dados oficiais já disponíveis. A construção do IBPS envolve a identificação de temas importantes no âmbito da promoção da saúde, a elaboração de um conceito-guia e a definição de indicadores de várias áreas – saúde, educação, ambiente, economia, política, participação social, segurança, entre outras – para compor o índice.
A Promoção da Saúde é um conceito que enfatiza a organização comunitária e a resolução dos problemas que afetam a vida individual e coletiva. O conceito clássico e mais utilizado foi publicado em 1986, na Carta de Ottawa, apresentada na primeira conferência internacional sobre o tema, no Canadá. Ao longo dos anos, a definição trouxe perspectivas de políticas públicas saudáveis, que destacam ambientes e territórios como espaços favoráveis à saúde, e imprimiu olhares para o coletivo e para o papel do setor público na garantia de direitos e na redução das desigualdades sociais.
Para o IBPS, a promoção da saúde é abordada a partir do contexto brasileiro e da malha de produção da vida – e da saúde, educação, segurança, lazer e trabalho – composta por dimensões ambientais, culturais, psicossociais, políticas, econômicas e sociais. Tudo isso envolto nas estruturas e dinâmicas do modo de produção capitalista e sob forte influência dos mercados e sistemas financeiros internacionais e de processos de construção da soberania nacional.
O desenvolvimento do projeto contará com a participação fundamental de especialistas que trabalham com o tema, pessoas da sociedade civil, gestores e trabalhadores do setor público, que trarão suas experiências e conhecimentos em reuniões, entrevistas e questionários para a construção colaborativa do índice. Iniciado no final de 2021, o IBPS segue para a finalização da sua primeira etapa, que inclui a escuta e captação de contribuições sobre o conceito elaborado pela equipe e os temas e as dimensões definidas para representar o fenômeno que será monitorado e estudado.
O projeto é coordenado pela pesquisadora Joilda Nery (ISC/UFBA) e inclui uma pesquisa de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva/UFBA em andamento. A tese da pesquisadora Danielle Cruz está sendo desenvolvida sob a orientação da professora Maria Yury Ichihara e coorientação do professor Maurício Barreto, ambos do Cidacs/Fiocruz BA.
Espera-se que o IBPS contribua para a tomada de decisão nas políticas públicas e que seja útil para pesquisas e para o desenvolvimento de projetos pela gestão pública, setor privado e sociedade civil.
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