Com o objetivo de compartilhar saberes que contribuam para a formação no campo da saúde coletiva e gerem impactos positivos na sociedade, o Instituto de Saúde Coletiva da UFBA promoveu, no dia 12 de julho, o “3º Encontro Interdisciplinar 2023.1 da Graduação em Saúde Coletiva”.

O evento, que reuniu estudantes e professores das três turmas do componente “Práticas Integradas em Saúde Coletiva”, vem se consolidando como um importante espaço para a troca de conhecimentos e reflexões na graduação, com ênfase na produção de saúde e no compromisso social.

“Ao longo do semestre, realizamos 3 encontros interdisciplinares para compartilhar o que cada turma está produzindo. O último encontro é, justamente, a apresentação do produto final elaborado pelos estudantes, sempre com o intuito de dar uma devolutiva para a sociedade”, explica a professora Marcele Paim, coordenadora da Graduação em Saúde Coletiva do ISC/UFBA.

O primeiro trabalho apresentado no encontro trouxe a vivência dos estudantes na Ocupação Paraíso e no Quilombo Manuel Faustino, localizados no Subúrbio Ferroviário de Salvador. O objetivo da atividade foi discutir um conceito mais amplo para a saúde, considerando o território e suas variações culturais, além de demonstrar a percepção de saúde de cada indivíduo que pertence ao território.

“A realização desse trabalho me fez reconhecer, de forma prática, a importância do território para a manutenção da saúde, assim como me reconhecer para além de um posicionamento de superioridade do saber. Como produtores do conhecimento científico, precisamos ouvir mais e entender as necessidades em saúde no território, para construirmos juntos, de forma participativa, intervenções em saúde que se adequem e sejam uma verdadeira necessidade da comunidade”, observa a graduanda Maria Paula Caldas.

Entre os trabalhos apresentados, está o documentário “Amanhã vai ser outro dia: Conferências de Saúde na Bahia”, que visa contribuir com a educação e a participação social em saúde da sociedade civil para atuação nas conferências de saúde. A elaboração do produto também foi fundamental para que os graduandos pudessem adquirir mais experiência dentro de espaços de participação social.

“Participamos de diversas atividades: conferências, palestras, reuniões ampliadas e conferências livres. Em cada uma delas, pudemos perceber diferentes perspectivas de variados atores sociais para a construção de um SUS plural e para o nosso empoderamento na formação de sanitaristas. O espaço foi tão rico que decidimos, coletivamente, produzir uma devolutiva para a divulgação da conferência, desde a elaboração de um roteiro até a articulação com a equipe de comunicação do ISC, organização e edição do vídeo”, destaca o graduando Rivaldo Barros.

Durante o semestre, a terceira turma da disciplina acompanhou o trabalho da equipe multidisciplinar responsável pelo funcionamento da Unidade de Saúde da Família do KM 17, em Salvador, e identificou a necessidade de um olhar mais atento para a saúde mental dos profissionais.

“Ao longo do processo de escuta e planejamento junto às agentes comunitárias, a turma foi desafiada a propor ferramentas para a melhoria do trabalho e estratégias de cuidado e bem-estar para essas profissionais, com foco na temática da Saúde Mental. Foi possível vivenciar experiências, problematizar, buscar e articular conhecimentos para um percurso formativo singular e grupal”, observa a professora Liliana Santos.

Os estudantes produziram então um Guia de Serviços em Saúde Mental, cartazes informativos, cards com dicas de autocuidado, além de planejar um evento de integração, com oficina de aromaterapia e danças circulares. “Nesse semestre, acendeu o alerta de que também é preciso olhar para a equipe de saúde, para o bem-estar de quem está no cuidado do outro. Ter essa percepção ampliada aguça nosso discernimento sobre o que é, de fato, trabalhar a saúde coletiva”, conclui a graduanda Cínthia Carvalho.