[:pb]Com informações de Flávia Albuquerque, da Agência Brasil
Um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mostrou que, nos últimos nove anos, o Brasil desativou 15,9 mil leitos de internação pediátrica, aqueles destinados a crianças que precisam permanecer no hospital por mais de 24 horas. Segundo a SBP, dados obtidos no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES), mantido pelo Ministério da Saúde, indicam que em 2010, o país dispunha de 48,8 mil leitos no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2019, segundo dados relativos ao mês de maio, o número baixou para cerca de 35 mil.
A pesquisa também mostra que os leitos disponíveis nos planos de saúde ou em unidades privadas caíram em 2.130 no mesmo período, com 19 estados perdendo leitos pediátricos nessa rede. São Paulo desponta com a maior queda: ao todo foram 762 unidades encerradas, seguido do Rio Grande do Sul (-251) e Maranhão (-217).
Segundo os dados, os estados das regiões Nordeste e Sudeste foram os que mais sofreram com a redução de leitos de internação no SUS, com 5.314 e 4.279 leitos a menos, respectivamente. Em seguida, estão as regiões Sul (-2.442 leitos), Centro-Oeste (-1136) e Norte (-643).
São Paulo foi o estado que mais perdeu leitos de internação infantil entre 2010 e 2019, com 1.583 leitos pediátricos desativados. No sentido contrário, dois estados tiveram aumento no número de leitos SUS: Amapá, que saltou dos 182 leitos pediátricos existentes em 2010 para 237 no fim do ano passado, e Rondônia, foi de 508 para 517.
Entre as capitais, São Paulo lidera o ranking dos que mais perderam leitos na rede pública (-422), seguidos por Fortaleza (-401) e Maceió (-328). Três capitais, Salvador, Macapá e Manaus, conseguiram elevar a taxa de leitos, o que sugere que o grande impacto de queda tenha recaído sobre as demais cidades metropolitanas ou interioranas dos estados.
Infraestrutura precária
Segundo a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva, as informações coincidem com o panorama de limitações e precária infraestrutura que se apresenta àqueles que diariamente atuam nos serviços de assistência pediátrica. “A queda na qualidade do atendimento tem relação direta com recursos materiais insuficientes. Essa progressiva redução no número de leitos implica obviamente em mais riscos para os pacientes, assim como demonstra o sucateamento que se alastra pela maioria dos serviços de saúde do país”, disse.
De acordo com Luciana, entre os agravos que mais têm levado as crianças a precisar de internação estão as doenças respiratórias, com prevalência acentuada nos períodos de outono e inverno, como bronquiolites, crises de asma e pneumonias. Os problemas gastrointestinais, casos de alergias e as chamadas arboviroses, também de ocorrência sazonal, completam a lista que contribuem para o crescimento dessa demanda.
UTIs neonatais
De acordo com a SBP, levando em conta o número de prematuros que nascem no Brasil (912 por dia), faltam pelo menos 2.657 leitos intensivos neonatais em todo o Brasil, sendo que o ideal seria haver no mínimo quatro leitos para cada grupo de mil nascidos vivos.
“Atualmente, no entanto, dados do Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (Cnes) indicam a existência 9.037 leitos do tipo no país, públicos e privados, que correspondem a 3,1 por mil nascidos vivos. Se considerados apenas os leitos oferecidos no SUS, esta taxa cai para 1,6 leitos por mil 1.000, considerando as 4.764 unidades existentes”, diz a SBP.
Entre os estados, o pior resultado apurado pela SBP consta em Roraima, onde os 12 leitos de UTI neonatal disponíveis compõem a taxa de 1,02 leito por mil nascidos vivos. Na segunda pior posição, o Amazonas, com 1,29 leito por um milhar, seguido do Acre, onde o mesmo grupo de recém-nascidos tem 1,34 leito. Na outra ponta, três unidades da federação atingiram a taxa mínima preconizada pelos pediatras: Rio de Janeiro, com 5,53 leitos por mil nascidos vivos; Espírito Santo, com taxa de 4,82 leitos; e Distrito Federal, com 4,22.
Ministério da Saúde
Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que, de 2010 a maio de 2019 foi registrado aumento de quase três vezes no número dos leitos complementares no SUS, incluindo os de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), passando de 10.787 para 30.855, dos quais 4.764 de UTI Neonatal e 2.525 leitos de UTI Pediátrico. Os leitos de UTI são os de maior complexidade, que exigem estrutura e esforço de profissionais, além de serem destinados a pacientes em casos graves.
“O Ministério da Saúde, nos últimos anos, investiu na expansão de leitos pediátricos e neonatais para atendimento de maior complexidade, destinados a pacientes graves e que exigem maior estrutura e esforço de profissionais. O crescimento da oferta de leitos de cuidados intermediários e intensivos para esses casos foi de 25% entre 2010 e 2018, totalizando atualmente mais de 11,6 mil leitos no SUS, de julho de 2010 a março de 2019”, diz a nota.
Segundo o Ministério, a habilitação de novos leitos deve ser solicitada pelos gestores locais. A habilitação e a liberação de recursos são feitas mediante apresentação de projetos, que são analisados pela pasta. “O gestor local também tem autonomia para ampliar o número de leitos com recursos próprios, a partir de sua avaliação em relação a demanda e necessidade e capacidade instalada de oferta assistencial. A habilitação de leitos pelo Ministério da Saúde assegura recursos adicionais para o custeio do serviço”.[:en]With information from Flávia Albuquerque, from Agência Brasil
A survey by the Brazilian Society of Pediatrics (SBP) showed that in the last nine years Brazil has disabled 15,900 pediatric hospitalization beds, those intended for children who need to stay in the hospital for more than 24 hours. According to SBP, data obtained from the National Register of Health Establishment (CNES), maintained by the Ministry of Health, indicate that in 2010, the country had 48,800 beds in the Unified Health System (SUS). By 2019, according to May data, the number dropped to about 35,000.
The survey also shows that beds available in health plans or private facilities fell by 2,130 in the same period, with 19 states losing pediatric beds in this network. São Paulo comes with the biggest drop: in all, 762 units were closed, followed by Rio Grande do Sul (-251) and Maranhão (-217).
According to the data, the states of the Northeast and Southeast were the ones that suffered the most with the reduction of hospitalization beds in SUS, with 5,314 and 4,279 fewer beds, respectively. Following are the South (-2,442 beds), Midwest (-1136) and North (-643) regions.
São Paulo was the state that lost the most hospitalization beds between 2010 and 2019, with 1,583 disabled pediatric beds. In the opposite direction, two states had an increase in the number of SUS beds: Amapá, which jumped from 182 existing pediatric beds in 2010 to 237 at the end of last year, and Rondônia, from 508 to 517.
Among the state capitals, São Paulo leads the ranking of the most lost beds in the public network (-422), followed by Fortaleza (-401) and Maceió (-328). Three capitals, Salvador, Macapá and Manaus, managed to raise the bed rate, suggesting that the great impact of the fall has fallen on the other metropolitan or inland cities of the states.
Poor Infrastructure
According to the president of SBP, Luciana Rodrigues Silva, the information coincides with the panorama of limitations and precarious infrastructure presented to those who daily work in pediatric care services. “The decline in quality of care is directly related to insufficient material resources. This progressive reduction in the number of beds obviously entails more risks for patients, as demonstrated by the widespread scrapping of most health services in the country, ”he said.
According to Luciana, among the problems that have caused children to be hospitalized most often are respiratory diseases, with a marked prevalence in the fall and winter periods, such as bronchiolitis, asthma attacks and pneumonia. Gastrointestinal problems, cases of allergies and so-called arboviruses, also occurring seasonally, complete the list that contribute to the growth of this demand.
Neonatal ICUs
According to the SBP, taking into account the number of preterm infants born in Brazil (912 per day), there are at least 2,657 neonatal intensive beds missing throughout Brazil, and ideally there should be at least four beds for each group of 1,000. born alive.
“Currently, however, data from the National Registry of Health Establishments (Cnes) indicate the existence of 9,037 public and private beds in the country, corresponding to 3.1 per 1,000 live births. If only the beds offered in SUS are considered, this rate drops to 1.6 beds per 1,000 thousand, considering the 4,764 existing units, ”says SBP.
Among the states, the worst result found by the SBP is in Roraima, where the 12 available neonatal ICU beds make up the rate of 1.02 beds per 1,000 live births. In the second worst position, Amazonas, with 1.29 beds per thousand, followed by Acre, where the same group of newborns has 1.34 beds. At the other end, three federation units reached the minimum rate recommended by pediatricians: Rio de Janeiro, with 5.53 beds per 1,000 live births; Espírito Santo, with a rate of 4.82 beds; and Distrito Federal, with 4.22.
Ministry of Health
By note, the Ministry of Health reported that from 2010 to May 2019 there was a nearly three-fold increase in the number of complementary beds in the SUS, including those of Intensive Care Unit (ICU), from 10,787 to 30,855, of which 4,764 from the Neonatal ICU and 2,525 beds from the Pediatric ICU. ICU beds are the most complex, which require structure and effort from professionals, and are intended for patients in severe cases.
“In recent years, the Ministry of Health has invested in the expansion of pediatric and neonatal beds for more complex care, aimed at critically ill patients who require more professional structure and effort. The increase in the supply of intermediate and intensive care beds for these cases was 25% between 2010 and 2018, currently totaling more than 11,600 beds in SUS, from July 2010 to March 2019, ”says the note.
According to the Ministry, the qualification of new beds must be requested by local managers. The enabling and release of resources are done by submitting projects, which are analyzed by the folder. “The local manager also has the autonomy to expand the number of beds with their own resources, based on their evaluation in relation to the demand and need and the installed capacity of assistance offer. The qualification of beds by the Ministry of Health ensures additional resources to fund the service. ”[:es]Con información de Flávia Albuquerque, de Agência Brasil
Una encuesta realizada por la Sociedad Brasileña de Pediatría (SBP) mostró que en los últimos nueve años Brasil ha desactivado 15.900 camas de hospitalización pediátrica, aquellas destinadas a niños que necesitan permanecer en el hospital durante más de 24 horas. Según SBP, los datos obtenidos del Registro Nacional de Establecimientos de Salud (CNES), mantenidos por el Ministerio de Salud, indican que en 2010, el país tenía 48.800 camas en el Sistema Único de Salud (SUS). Para 2019, según datos de mayo, el número se redujo a aproximadamente 35,000.
La encuesta también muestra que las camas disponibles en los planes de salud o instalaciones privadas cayeron en 2,130 en el mismo período, con 19 estados perdiendo camas pediátricas en esta red. São Paulo viene con la mayor caída: en total, se cerraron 762 unidades, seguidas de Rio Grande do Sul (-251) y Maranhão (-217).
Según los datos, los estados del noreste y sudeste fueron los que más sufrieron con la reducción de las camas de hospitalización en el SUS, con 5.314 y 4.279 camas menos, respectivamente. Las siguientes son las regiones Sur (-2,442 camas), Medio Oeste (-1136) y Norte (-643).
São Paulo fue el estado que perdió la mayor cantidad de camas de hospitalización entre 2010 y 2019, con 1,583 camas pediátricas discapacitadas. En la dirección opuesta, dos estados tuvieron un aumento en el número de camas SUS: Amapá, que saltó de 182 camas pediátricas existentes en 2010 a 237 a fines del año pasado, y Rondônia, de 508 a 517.
Entre las capitales de estado, São Paulo lidera el ranking de las camas más perdidas en la red pública (-422), seguido de Fortaleza (-401) y Maceió (-328). Tres capitales, Salvador, Macapá y Manaus, lograron elevar la tasa de camas, lo que sugiere que el gran impacto de la caída ha caído en las otras ciudades metropolitanas o del interior de los estados.
Infraestructura pobre
Según la presidenta de SBP, Luciana Rodrigues Silva, la información coincide con el panorama de limitaciones e infraestructura precaria presentada a quienes trabajan diariamente en los servicios de atención pediátrica. “La disminución en la calidad de la atención está directamente relacionada con la insuficiencia de recursos materiales. Obviamente, esta reducción progresiva en el número de camas conlleva más riesgos para los pacientes, como lo demuestra la eliminación generalizada de la mayoría de los servicios de salud en el país ”, dijo.
Según Luciana, entre los problemas que han provocado que los niños sean hospitalizados con mayor frecuencia son las enfermedades respiratorias, con una marcada prevalencia en los períodos de otoño e invierno, como bronquiolitis, ataques de asma y neumonía. Los problemas gastrointestinales, los casos de alergias y los llamados arbovirus, que también se presentan estacionalmente, completan la lista que contribuye al crecimiento de esta demanda.
UCI neonatales
Según la SBP, teniendo en cuenta el número de bebés prematuros nacidos en Brasil (912 por día), hay al menos 2,657 camas intensivas neonatales que faltan en todo Brasil, e idealmente debería haber al menos cuatro camas por cada grupo de 1,000. nacido vivo
“Actualmente, sin embargo, los datos del Registro Nacional de Establecimientos de Salud (Cnes) indican la existencia de 9.037 camas públicas y privadas en el país, lo que corresponde a 3.1 por cada 1,000 nacimientos vivos. Si solo se consideran las camas ofrecidas en SUS, esta tasa se reduce a 1.6 camas por cada 1,000 mil, considerando las 4,764 unidades existentes ”, dice SBP.
Entre los estados, el peor resultado encontrado por el SBP está en Roraima, donde las 12 camas de UCI neonatales disponibles representan la tasa de 1.02 camas por cada 1,000 nacimientos vivos. En la segunda peor posición, Amazonas, con 1.29 camas por mil, seguido de Acre, donde el mismo grupo de recién nacidos tiene 1.34 camas. En el otro extremo, tres unidades de la federación alcanzaron la tasa mínima recomendada por los pediatras: Río de Janeiro, con 5.53 camas por cada 1,000 nacimientos vivos; Espírito Santo, con una tasa de 4,82 camas; y Distrito Federal, con 4.22.
Ministerio de Salud
Por nota, el Ministerio de Salud informó que de 2010 a mayo de 2019 hubo un aumento de casi el triple en el número de camas complementarias en el SUS, incluidas las de la Unidad de Cuidados Intensivos (UCI), de 10,787 a 30,855, de los cuales 4,764 de la UCI neonatal y 2,525 camas de la UCI pediátrica. Las camas de la UCI son las más complejas, requieren estructura y esfuerzo de los profesionales y están destinadas a pacientes en casos graves.
“En los últimos años, el Ministerio de Salud ha invertido en la expansión de camas pediátricas y neonatales para una atención más compleja, dirigida a pacientes críticos que requieren más estructura y esfuerzo profesional. El aumento en la oferta de camas de cuidados intermedios e intensivos para estos casos fue del 25% entre 2010 y 2018, totalizando actualmente más de 11,600 camas en SUS, desde julio de 2010 hasta marzo de 2019 ”, dice la nota.
Según el Ministerio, la calificación de las nuevas camas debe ser solicitada por los gerentes locales. La habilitación y liberación de recursos se realiza mediante la presentación de proyectos, que son analizados por la carpeta. “El gerente local también tiene la autonomía para ampliar el número de camas con sus propios recursos, en función de su evaluación en relación con la demanda y la necesidad y la capacidad instalada de la oferta de asistencia. La calificación de camas por parte del Ministerio de Salud garantiza recursos adicionales para financiar el servicio “.[:]