[:pb]Com informações de Alex Rodrigues, da Agência Brasil

Dos 183 países integrantes da Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 38 pesquisados pelo organismo, entre eles o Brasil, contam com uma estratégia nacional de prevenção ao suicídio. Embora represente um aumento de quase 35% em comparação aos 28 países que, já em 2014, tinham estabelecido políticas públicas para lidar com o tema, o resultado ainda é considerado insuficiente pela OMS.

No mês de prevenção ao suicídio, a organização alerta sobre a necessidade dos governantes mundiais estabelecerem estratégias nacionais, instituindo medidas preventivas e orientações claras para auxiliar a população a lidar com o tema, que costuma ser encoberto por uma nuvem de preconceitos e incompreensão.

De acordo com a OMS, uma pessoa se suicida a cada 40 segundos, no mundo. Número que, conforme destaca o relatório, não representa fielmente a realidade, já que, para cada morte devidamente registrada, há muitas outras tentativas e óbitos que não chegam a ser contabilizados como suicídios.

Segundo a organização, apenas 80 dos 183 países-membros da organização dispõem de informações de “boa qualidade” sobre o tema, o que dificulta a elaboração de uma estratégia nacional eficaz. Ainda de acordo com a OMS, 79% de todos os casos mundiais se concentram em países de baixa renda – ainda que, por razões demográficas, as maiores taxas de casos por cada grupo de 100 mil habitantes tenham sido registradas nos países desenvolvidos e de maior poder aquisitivo, diz a organização.

Jovens

O autoextermínio já é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, atrás apenas dos acidentes de trânsito, segundo a OMS. Globalmente, se analisados os gêneros, o suicídio é a segunda causa de mortes entre meninas de 15 a 19 anos (depois de problemas decorrentes da maternidade) e a terceira entre garotos da mesma faixa etária (superada por acidentes de trânsito e por casos de agressão).

Após avaliarem experiências bem-sucedidas em diversas nações, os responsáveis pelo relatório apontam que as formas mais eficazes de reduzir o número de suicídios incluem medidas para dificultar o acesso a alguns meios de se matar; a sensibilização dos meios de comunicação sobre a importância de abordar o assunto da forma correta; a oferta de programas que ensinem os jovens a lidar com as frustrações e problemas cotidianos e a identificação de pessoas sob risco, oferecendo-lhe todo o apoio necessário.

Dentre as medidas, a OMS destaca as restrições ao livre acesso a pesticidas como a mais eficaz, já que a letalidade desses produtos é muito alta. Dados internacionais apontam que a proibição dos produtos mais perigosos à saúde humana contribuiu para a redução das taxas de suicídio em vários países, como o Sri Lanka, onde, segundo a OMS, uma série de medidas restritivas reduziram em cerca de 70% a taxa de suicídio, ajudando a salvar em torno de 93 mil vidas entre 1995 e 2015. Outra fonte de preocupação dos especialistas em todo o mundo é o acesso às armas de fogo.

Renda

A OMS ressalta que, embora a ligação entre suicídio e transtornos mentais, particularmente transtornos relacionados à depressão e ao uso de álcool, esteja bem documentada em países com renda elevada, muitos suicídios ocorrem impulsivamente durante tempos de crise que minam a capacidade de enfrentar as tensões da vida, como problemas financeiros, quebra de relacionamento ou dor e doença crônica.

Além disso, experiências relacionadas a conflitos, desastres, violência, abuso, perdas e sentimentos de isolamento estão intimamente ligadas ao comportamento suicida. As taxas de suicídio também são altas entre grupos vulneráveis sujeitos a discriminação, por exemplo, refugiados e migrantes; comunidades indígenas; pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, intersexuais e presos.

Desde 2006, quando foi publicada a Portaria nº 1.876, o Brasil conta com diretrizes para a prevenção ao suicídio. A norma estabelece que as medidas devem ser implantadas em todas as unidades da federação e incluir, entre outras ações, medidas de promoção de qualidade de vida, de educação, de proteção e de recuperação da saúde e de prevenção de danos, a fim de fazer frente aos casos de suicídios, classificados como “um grave problema de saúde pública, que afeta toda a sociedade e que pode ser prevenido”.

No ano de publicação da portaria, o Ministério da Saúde apontava o “aumento observado na frequência do comportamento suicida entre jovens entre 15 e 25 anos, de ambos os sexos, escolaridades diversas e em todas as camadas sociais”, como uma razão para a adoção de diretrizes nacionais.[:en]With information from Alex Rodrigues, from Agência Brasil

Of the 183 member countries of the World Health Organization (WHO), only 38 researched by the body, including Brazil, have a national suicide prevention strategy. Although it represents an increase of almost 35% compared to the 28 countries that, already in 2014, had established public policies to deal with the issue, the result is still considered insufficient by WHO.

In the month of suicide prevention, the organization warns of the need for world leaders to establish national strategies, instituting preventive measures and clear guidelines to help the population deal with the issue, which is often covered by a cloud of prejudice and misunderstanding.

According to WHO, one person commits suicide every 40 seconds in the world. This number, as the report points out, does not faithfully represent the reality, since for every death properly recorded, there are many other attempts and deaths that are not counted as suicides.

According to the organization, only 80 of the 183 member countries of the organization have “good” information on the subject, which makes it difficult to develop an effective national strategy. Still according to WHO, 79% of all world cases are concentrated in low-income countries – although, for demographic reasons, the highest case rates per 100,000 population group have been recorded in developed and larger countries. purchasing power, says the organization.

Young

Self-extermination is already the second leading cause of death among 15- to 29-year-olds, second only to traffic accidents, according to WHO. Globally, if gender is analyzed, suicide is the second leading cause of death among girls aged 15-19 (after maternity problems) and the third among boys of the same age group (outnumbered by traffic accidents and assaults). ).

After evaluating successful experiences in various nations, the report’s authors point out that the most effective ways to reduce suicides include measures to hinder access to some means of killing themselves; raising media awareness of the importance of addressing the issue in the right way; offering programs that teach young people how to deal with everyday frustrations and problems, and identifying people at risk, giving them all the support they need.

Among the measures, WHO highlights restrictions on free access to pesticides as the most effective, as the lethality of these products is very high. International data indicate that a ban on the most dangerous products for human health has contributed to lower suicide rates in several countries, such as Sri Lanka, where, according to WHO, a series of restrictive measures has reduced the rate of suicide by about 70%. suicide, helping save around 93,000 lives between 1995 and 2015. Another source of concern for experts around the world is access to firearms.

Income

Although the link between suicide and mental disorders, particularly depression and alcohol use disorders, is well documented in high-income countries, many suicides occur impulsively during times of crisis that undermine the ability to cope with tensions. such as financial problems, breakdown or pain and chronic illness.

In addition, experiences related to conflict, disasters, violence, abuse, loss and feelings of isolation are closely linked to suicidal behavior. Suicide rates are also high among vulnerable groups subject to discrimination, such as refugees and migrants; indigenous communities; lesbian, gay, bisexual, transgender, intersex and prisoners.

Since 2006, when Ordinance No. 1,876 was published, Brazil has had guidelines for the prevention of suicide. The standard establishes that measures must be implemented in all units of the federation and include, among other actions, measures to promote quality of life, education, health protection and recovery, and to prevent damage. suicide cases, which are classified as “a serious public health problem that affects the whole of society and can be prevented”.

In the year of publication of the ordinance, the Ministry of Health pointed to the “observed increase in the frequency of suicidal behavior among young people between 15 and 25 years, of both sexes, diverse education and in all social strata”, as a reason for the adoption of national guidelines.[:es]Con información de Alex Rodrigues, de Agência Brasil

De los 183 países miembros de la Organización Mundial de la Salud (OMS), solo 38 investigados por el organismo, incluido Brasil, tienen una estrategia nacional de prevención del suicidio. Aunque representa un aumento de casi el 35% en comparación con los 28 países que, ya en 2014, habían establecido políticas públicas para abordar el problema, la OMS todavía considera que el resultado es insuficiente.

En el mes de la prevención del suicidio, la organización advierte sobre la necesidad de que los líderes mundiales establezcan estrategias nacionales, instituyan medidas preventivas y pautas claras para ayudar a la población a abordar el tema, que a menudo está cubierto por una nube de prejuicios y malentendidos.

Según la OMS, una persona se suicida cada 40 segundos en el mundo. Este número, como señala el informe, no representa fielmente la realidad, ya que por cada muerte registrada correctamente, hay muchos otros intentos y muertes que no se cuentan como suicidios.

Según la organización, solo 80 de los 183 países miembros de la organización tienen información “buena” sobre el tema, lo que dificulta el desarrollo de una estrategia nacional eficaz. Según la OMS, el 79% de todos los casos mundiales se concentran en países de bajos ingresos, aunque, por razones demográficas, las tasas de casos más altas por cada 100,000 habitantes se han registrado en países desarrollados y más grandes. poder adquisitivo, dice la organización.

Gente joven

El auto exterminio ya es la segunda causa principal de muerte entre los jóvenes de 15 a 29 años, solo superada por los accidentes de tránsito, según la OMS. A nivel mundial, si se analiza el género, el suicidio es la segunda causa de muerte entre las niñas de 15 a 19 años (después de los problemas de maternidad) y la tercera entre los niños del mismo grupo de edad (superada en número por accidentes de tráfico y agresiones). )

Después de evaluar experiencias exitosas en varias naciones, los autores del informe señalan que las formas más efectivas para reducir los suicidios incluyen medidas para dificultar el acceso a algunos medios para suicidarse; sensibilizar a los medios sobre la importancia de abordar el problema de la manera correcta; ofreciendo programas que enseñan a los jóvenes cómo lidiar con las frustraciones y problemas cotidianos, e identificando a las personas en riesgo, brindándoles todo el apoyo que necesitan.

Entre las medidas, la OMS destaca las restricciones al libre acceso a los pesticidas como las más efectivas, ya que la letalidad de estos productos es muy alta. Los datos internacionales indican que la prohibición de los productos más peligrosos para la salud humana ha contribuido a reducir las tasas de suicidio en varios países, como Sri Lanka, donde, según la OMS, una serie de medidas restrictivas ha reducido la tasa de suicidios en aproximadamente un 70%. suicidio, ayudando a salvar alrededor de 93,000 vidas entre 1995 y 2015. Otra fuente de preocupación para los expertos de todo el mundo es el acceso a las armas de fuego.

Ingresos

Aunque el vínculo entre el suicidio y los trastornos mentales, en particular la depresión y los trastornos por consumo de alcohol, está bien documentado en países de altos ingresos, muchos suicidios ocurren impulsivamente en tiempos de crisis que socavan la capacidad de hacer frente a las tensiones. tales como problemas financieros, crisis o dolor y enfermedades crónicas.

Además, las experiencias relacionadas con conflictos, desastres, violencia, abuso, pérdida y sentimientos de aislamiento están estrechamente relacionadas con el comportamiento suicida. Las tasas de suicidio también son altas entre los grupos vulnerables sujetos a discriminación, como los refugiados y los migrantes; comunidades indígenas; lesbianas, gays, bisexuales, transgénero, intersexuales y prisioneros.

Desde 2006, cuando se publicó la Ordenanza núm. 1.876, Brasil tiene pautas para la prevención del suicidio. La norma establece que las medidas deben implementarse en todas las unidades de la federación e incluir, entre otras acciones, medidas para promover la calidad de vida, educación, protección y recuperación de la salud, y para prevenir daños. casos de suicidio, que se clasifican como “un grave problema de salud pública que afecta a toda la sociedad y puede prevenirse”.

En el año de publicación de la ordenanza, el Ministerio de Salud señaló el “aumento observado en la frecuencia del comportamiento suicida entre los jóvenes entre 15 y 25 años, de ambos sexos, educación diversa y en todos los estratos sociales”, como una razón para la adopción. de directrices nacionales.[:]