O Simpósio Teoria Crítica da Saúde Digital teve início na manhã desta segunda-feira (11), em Itaparica (BA), reunindo pesquisadores do Brasil e da América Latina em torno de um tema central: compreender a Saúde Digital como campo de saberes, práticas e técnicas voltado ao fortalecimento do SUS e à promoção da equidade. O evento, promovido pela Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI) do Ministério da Saúde, em parceria com a Abrasco e o Instituto de Saúde Coletiva da UFBA (ISC/UFBA), segue até o dia 14 de novembro.
Sob coordenação de Ana Estela Haddad, secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, e do professor Naomar de Almeida Filho (ISC/UFBA), a sessão inaugural do evento contou com a presença do diretor do ISC/UFBA, Luis Eugenio de Souza, da vice-diretora Joilda Nery e da representante da Abrasco, Ilara Hämmerli, além de convidados de instituições de ensino e pesquisa de diferentes países da América Latina.
Na mesa de abertura, os participantes destacaram a importância de compreender a saúde digital para além de seus aspectos técnicos, valorizando o olhar crítico sobre os efeitos das tecnologias na organização dos sistemas de saúde e nas relações humanas. “Pensar a digitalização em saúde é também pensar a democracia, a equidade e o futuro do SUS”, ressaltou Ana Estela.
A programação do dia incluiu dois painéis temáticos. O primeiro, “Contextos relevantes para a Saúde Digital”, contou com as participações de Sergio Amadeu (UFABC), Maria Nélida González (IBICT/RJ) e Jaime Breilh (UASB/EQUADOR). As falas abordaram os impactos da digitalização sobre a produção de conhecimento e os riscos de concentração tecnológica. Amadeu destacou a importância da soberania digital e alertou para o domínio das grandes plataformas no controle dos fluxos de informação. González trouxe uma reflexão sobre o papel da informação científica na era digital, defendendo o acesso aberto e a ética na gestão de dados. Já Breilh apresentou uma análise crítica sobre o uso de tecnologias de monitoramento e vigilância, chamando atenção para o risco de ampliação das desigualdades.
No segundo painel, “Cibernética, transformação digital e ecossistemas de saúde”, Viviana Martinovich (UNLa/ARG), Yuri Carvajal (HCB/CHI) e Carlos Mourthé (UFMG) discutiram os efeitos da automação e da inteligência artificial sobre os ecossistemas de saúde. Martinovich abordou as conexões entre o avanço tecnológico e as dinâmicas sociais de exclusão, enquanto Carvajal enfatizou a importância de manter o olhar humano no centro das inovações. Mourthé destacou que a transformação digital deve ser acompanhada de políticas públicas sólidas para garantir equidade e proteção de dados.
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