Na última sexta-feira (19), o Saúde Coletiva em Debate recebeu o professor Luis Eugenio de Souza (ISC/UFBA) para uma reflexão sobre democracia e os desafios do direito à saúde na América Latina e no Caribe. A mesa foi coordenada pela professora Monique Esperidião (ISC/UFBA), e reuniu estudantes, pesquisadores e profissionais interessados em compreender os caminhos para fortalecer a saúde como direito universal.

Em sua exposição, Luis Eugenio destacou os efeitos duradouros da pandemia de Covid-19, que resultou em mais de 2,3 milhões de mortes em excesso na região entre 2020 e 2021. O professor alertou para a rápida transição epidemiológica em curso, marcada pelo envelhecimento populacional, pelo aumento do sobrepeso e da obesidade e pela predominância das doenças crônicas não transmissíveis, hoje responsáveis por 77% das mortes.

O professor também chamou atenção para a grave escassez de profissionais e o subfinanciamento crônico dos sistemas de saúde, Luis Eugenio defendeu a reorientação do modelo de atenção, com fortalecimento da promoção da saúde, redes integradas de serviços e valorização das carreiras públicas. Ressaltou ainda que a defesa da democracia é condição essencial para assegurar a saúde como direito universal.

A discussão se conecta aos debates do XVIII Congresso Latino-Americano de Medicina Social e Saúde Coletiva (Alames), realizado em agosto, que reuniu mais de 2,5 mil participantes no Rio de Janeiro e reforçou a importância da saúde como bem público e direito humano fundamental.

A íntegra do seminário está disponível no canal do ISC no YouTube (link acima). O vídeo é acessível na Língua Brasileira de Sinais (Libras).