Em alusão ao Mês da Luta Antimanicomial, o Saúde Coletiva em Debate promoveu uma sessão especial sobre o tema “O fechamento dos manicômios na Bahia e os avanços nos equipamentos substitutivos e nas estratégias de desinstitucionalização”.

A atividade, realizada na última sexta-feira (23), destacou os avanços na política de saúde mental e os desafios persistentes na consolidação de uma rede de cuidado, centrada na garantia de direitos e na valorização da vida em comunidade.

O seminário contou com a participação de João Mendes de Lima Júnior, coordenador-geral de Desinstitucionalização e Direitos Humanos da Rede de Saúde Mental, do Ministério da Saúde.

Em sua apresentação, o pesquisador contextualizou a crise do modelo asilar no Brasil, pontuando que a luta pela desinstitucionalização é, acima de tudo, uma construção política e histórica que envolve rupturas com práticas coercitivas, violadoras de direitos, e o fortalecimento de redes comunitárias de cuidado.

Mendes pontuou que a Bahia vive um processo importante de reorganização da assistência em saúde mental. O estado apresentou uma redução de aproximadamente 70% dos leitos psiquiátricos em hospitais especializados nos últimos dez anos, com paralela expansão da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que hoje conta com 278 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) distribuídos em 199 municípios baianos.

A sessão contou ainda com as contribuições da professora Ana Pitta (UCSal), da vereadora Aladilce Souza e do presidente da Associação Metamorfose Ambulante (AMEA), Eduardo Cáliga, que reforçaram a importância da participação social, da intersetorialidade e do compromisso ético com os direitos das pessoas em sofrimento psíquico. A mediação foi conduzida pela professora Mônica Nunes (ISC/UFBA).

A íntegra do seminário está disponível no canal do ISC no YouTube (link acima). O vídeo é acessível na Língua Brasileira de Sinais (Libras).