O Saúde Coletiva em Debate a última sexta-feira, 25 de outubro, discutiu as promessas, iniquidades e dilemas éticos no uso das novas tecnologias genômicas dentro da medicina de precisão. O seminário contou com a presença do professor Jorge Iriart (ISC/UFBA), sob coordenação do professor Naomar de Almeida Filho (ISC/UFBA).
A medicina de precisão busca personalizar tratamentos médicos de acordo com as características genéticas, ambientais e de estilo de vida de cada paciente, especialmente em áreas como a oncologia, onde terapias direcionadas e imunoterapias têm mostrado resultados positivos.
Durante o seminário, o professor Jorge Iriart destacou as iniquidades no acesso a essas inovações tecnológicas no SUS, com barreiras significativas para os pacientes realizarem exames e receberem diagnósticos de câncer em estágios iniciais. A situação contrasta com a realidade do sistema privado, onde esses procedimentos são mais acessíveis.
Iriart também abordou a “sociologia das promessas tecnocientíficas”, argumentando que a comercialização e o alto custo das biotecnologias genômicas contribuem para a exclusão social no acesso a esses tratamentos. O professor apontou que o modelo de desenvolvimento baseado no lucro afasta a medicina de precisão de um sistema de saúde sustentável e acessível, aumentando a dependência de tratamentos caros e inacessíveis para a maioria da população.
O seminário destacou a necessidade de reforçar as políticas públicas de acesso e promover investimentos nacionais em biotecnologia. Isso inclui assegurar que os avanços em saúde beneficiem também o SUS, tornando-o mais inclusivo e alinhado aos princípios de justiça social.
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