Matéria publicada em 26 de maio de 2020.
As medidas de isolamento social apresentam adesão irregular entre os bairros de Salvador e variam de acordo com as condições de vida da população. É o que aponta um estudo liderado por pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA que analisou a evolução do distanciamento na capital baiana e identificou os bairros com os piores e melhores percentuais de isolamento.
O trabalho foi realizado com base no Índice de Isolamento Social, no período de 23 de março a 27 de abril, e relaciona a distribuição do distanciamento com as desigualdades sociais existentes. “Tendo em vista que parcela significativa da população encontra-se em contexto de vulnerabilidade social, foi necessário avaliar também esses indicadores para entender o grau de adesão ao isolamento social”, explica Marcio Natividade, professor do ISC/UFBA e um dos autores do estudo.
De acordo com o levantamento, os bairros com os piores índices de isolamento no período foram Jardim Cajazeiras, Jardim Santo Inácio, Pau da Lima, São Marcos, Arenoso e Sussuarana, que registraram, em média, 48% de isolamento. Entre aqueles com melhores taxas de adesão às medidas de distanciamento social, os pesquisadores identificaram Stella Maris, Graça, Vitória, Barra, Garcia e Pituba. A média nestes bairros foi de 57%.
Segundo o estudo, nenhuma área do município atingiu ainda o valor mínimo de isolamento recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que seria entre 60% e 70%. O último dado, de 27 de abril, mostra que Salvador apresentava 50,1% de isolamento. O maior percentual registrado na capital foi em 22 de abril (67%). Na Bahia, o último índice apurado, no dia 25 de abril, mostrou uma taxa de 51,6% de isolamento. Já o maior valor registrado até agora no estado foi em 22 de março, quando chegou a 58,3%; e o menor, em 16 de abril (40%).
Para os pesquisadores, vários fatores podem interferir na baixa adesão ao isolamento social nas áreas periféricas, como uma maior necessidade de deslocamento da população para trabalhar, a qualidade das habitações, prevalência do trabalho informal e outras questões ligadas à renda. “Pessoas com menor renda, além de mais expostas aos problemas financeiros ocasionados pela pandemia da covid-19, também estão mais vulneráveis a serem afetadas por problemas de saúde física e psicológicos associados à reclusão necessária no período de isolamento social”, avalia o professor.
Apesar do distanciamento social no município e nos bairros não ter alcançado os valores desejados, ele ainda considera a medida como uma das mais importantes para o controle e prevenção da covid-19. “Entendemos que não é o momento de flexibilização, visto que muito ainda precisa ser desenvolvido para garantir a redução no número de casos e o controle desta pandemia”, conclui.
As informações do estudo foram transformadas em uma nota técnica, que pode ser acessada neste link. O documento é assinado pelos pesquisadores Marcio Natividade, Kionna Bernardes, Juracy Bertoldo, Samilly Miranda, Marcos Pereira, Maria da Glória Teixeira, Humberto Livramento e Erika Aragão.[:en]Article published on May 26, 2020.
Social isolation measures have irregular adherence between the neighborhoods of Salvador and vary according to the population’s living conditions. This is what a study led by researchers from the UFBA Institute of Collective Health points out, which analyzed the evolution of distance in the capital of Bahia and identified the neighborhoods with the worst and best percentages of isolation.
The work was carried out based on the Social Isolation Index, from March 23 to April 27, and relates the distribution of distance with existing social inequalities. “Given that a significant portion of the population is in a context of social vulnerability, it was also necessary to evaluate these indicators to understand the degree of adherence to social isolation”, explains Marcio Natividade, professor at ISC / UFBA and one of the study’s authors .
According to the survey, the neighborhoods with the worst levels of isolation in the period were Jardim Cajazeiras, Jardim Santo Inácio, Pau da Lima, São Marcos, Arenoso and Sussuarana, which registered, on average, 48% of isolation. Among those with the best rates of adherence to social distance measures, the researchers identified Stella Maris, Graça, Vitória, Barra, Garcia and Pituba. The average in these neighborhoods was 57%.
According to the study, no area of the municipality has yet reached the minimum isolation value recommended by the World Health Organization (WHO), which would be between 60% and 70%. The last data, from April 27, shows that Salvador had 50.1% of isolation. The highest percentage recorded in the capital was on April 22 (67%). In Bahia, the last index found, on April 25, showed a 51.6% isolation rate. The highest value recorded so far in the state was on March 22, when it reached 58.3%; and the lowest, on April 16 (40%).
For the researchers, several factors can interfere in the low adherence to social isolation in the peripheral areas, such as a greater need to move the population to work, the quality of housing, the prevalence of informal work and other issues related to income. “People with lower incomes, in addition to being more exposed to the financial problems caused by the covid-19 pandemic, are also more vulnerable to being affected by physical and psychological health problems associated with the seclusion required in the period of social isolation,” says the professor.
Despite the social distance in the municipality and in the neighborhoods that did not reach the desired values, he still considers the measure as one of the most important for the control and prevention of covid-19. “We understand that this is not the time for flexibility, since much still needs to be developed to guarantee a reduction in the number of cases and control of this pandemic”, he concludes.
The study information was transformed into a technical note, which can be accessed at this link. The document is signed by researchers Marcio Natividade, Kionna Bernardes, Juracy Bertoldo, Samilly Miranda, Marcos Pereira, Maria da Glória Teixeira, Humberto Livramento and Erika Aragão.[:es]Article published on May 26, 2020.
Las medidas de aislamiento social tienen una adherencia irregular entre los barrios de Salvador y varían según las condiciones de vida de la población. Esto es lo que señala un estudio dirigido por investigadores del Instituto de Salud Colectiva de la UFBA, que analizó la evolución de la distancia en la capital de Bahía e identificó los vecindarios con los peores y mejores porcentajes de aislamiento.
El trabajo se realizó con base en el Índice de Aislamiento Social, del 23 de marzo al 27 de abril, y relaciona la distribución de la distancia con las desigualdades sociales existentes. «Dado que una parte importante de la población se encuentra en un contexto de vulnerabilidad social, también fue necesario evaluar estos indicadores para comprender el grado de adherencia al aislamiento social», explica Marcio Natividade, profesor de ISC / UFBA y uno de los autores del estudio. .
Según la encuesta, los barrios con los peores niveles de aislamiento en el período fueron Jardim Cajazeiras, Jardim Santo Inácio, Pau da Lima, São Marcos, Arenoso y Sussuarana, que registraron, en promedio, un 48% de aislamiento. Entre aquellos con las mejores tasas de adherencia a las medidas de distancia social, los investigadores identificaron a Stella Maris, Graça, Vitória, Barra, García y Pituba. El promedio en estos barrios fue del 57%.
Según el estudio, ninguna área del municipio ha alcanzado el valor de aislamiento mínimo recomendado por la Organización Mundial de la Salud (OMS), que estaría entre el 60% y el 70%. Los últimos datos, del 27 de abril, muestran que Salvador tenía un 50,1% de aislamiento. El mayor porcentaje registrado en la capital fue el 22 de abril (67%). En Bahía, el último índice encontrado, el 25 de abril, mostró una tasa de aislamiento del 51,6%. El valor más alto registrado hasta el momento en el estado fue el 22 de marzo, cuando alcanzó el 58.3%; y el más bajo, el 16 de abril (40%).
Para los investigadores, varios factores pueden interferir en la baja adherencia al aislamiento social en las áreas periféricas, como una mayor necesidad de trasladar a la población al trabajo, la calidad de la vivienda, la prevalencia del trabajo informal y otros temas relacionados con los ingresos. «Las personas con ingresos más bajos, además de estar más expuestas a los problemas financieros causados por la pandemia covid-19, también son más vulnerables a verse afectadas por problemas de salud física y psicológica asociados con el aislamiento requerido en el período de aislamiento social», dice el profesor.
A pesar de la distancia social en el municipio y en los barrios que no alcanzaron los valores deseados, todavía considera la medida como una de las más importantes para el control y la prevención de covid-19. «Entendemos que este no es el momento para la flexibilidad, ya que aún queda mucho por desarrollar para garantizar una reducción en el número de casos y el control de esta pandemia», concluye.
La información del estudio se transformó en una nota técnica, a la que se puede acceder en este enlace. El documento está firmado por los investigadores Marcio Natividade, Kionna Bernardes, Juracy Bertoldo, Samilly Miranda, Marcos Pereira, Maria da Glória Teixeira, Humberto Livramento y Erika Aragão.