Um novo filme produzido pela Universidade de Bristol (Reino Unido) destaca a colaboração entre pesquisadores britânicos e brasileiros para compreender de forma inovadora como a Leptospira — bactéria causadora da leptospirose — se desloca e se mantém no ambiente, especialmente em cenários de inundações cada vez mais frequentes devido às mudanças climáticas. O Instituto de Saúde Coletiva da UFBA (ISC/UFBA) participa diretamente da iniciativa, que busca produzir evidências para orientar intervenções e reduzir o risco de transmissão da doença em populações vulnerabilizadas.

A leptospirose é uma doença zoonótica frequentemente associada à exposição à urina de ratos contaminados. No Brasil, os surtos ocorrem de forma recorrente após enchentes e alagamentos, afetando sobretudo comunidades de baixa renda. Com as mudanças climáticas intensificando eventos extremos de chuva, os pesquisadores alertam que a incidência da doença tende a aumentar nos próximos anos.

O filme apresenta o trabalho conjunto de epidemiologistas e hidrólogos da Universidade de Bristol e da UFBA — incluindo o pesquisador Federico Costa (ISC/UFBA) e integrantes do Programa Integrado em Saúde Ambiental e do Trabalho (PISAT/CCVISAT) — que estão desenvolvendo uma abordagem inédita para compreender a dinâmica ambiental da Leptospira. A equipe combinou modelagem hidrológica e dados epidemiológicos para mapear como a bactéria se espalha em situações de enchentes e como as intervenções em saneamento, drenagem e infraestrutura urbana podem reduzir a exposição humana.

O projeto recebeu financiamento da Fundação da Universidade de Bristol e integra a iniciativa Climate Change and Health, apoiada pelos Institutos de Pesquisa da instituição britânica. A produção do filme busca dar visibilidade global ao tema e reforçar a urgência de pesquisas que conectem clima, ambiente e saúde — especialmente em regiões do mundo onde mudanças climáticas ampliam desigualdades já existentes.

O curta será divulgado nos canais oficiais da Universidade de Bristol e em sua newsletter Cabot Mail. A equipe também planeja ampliá-lo para outros públicos e está aberta a colaborações futuras com pesquisadores e instituições interessados na temática.

O filme está disponível no Youtube (link acima).