Os limites e as potencialidades da saúde digital foram o centro das discussões no terceiro dia do Simpósio Teoria Crítica da Saúde Digital, realizado nesta quarta-feira (13) em Itaparica. A programação destacou o uso da inteligência artificial (IA), os modelos híbridos de cuidado e a necessidade de regulação ética diante da digitalização acelerada dos serviços de saúde.
O painel “Saúde Digital como infostrutura: dispositivos e cuidado remoto” abriu a manhã com a participação de Felipe Duvaresch (SECTICS/MS), que apresentou o papel do Complexo Econômico-Industrial da Saúde na promoção da soberania tecnológica. Guido Lemos Filho (UFPB) abordou o impacto de tecnologias emergentes, como a computação quântica e a TV 3.0, para ampliar a acessibilidade em saúde. Já Zilma Reis (UFMG) apresentou experiências de integração entre telessaúde e sistemas de prontuário eletrônico, reforçando a importância da continuidade do cuidado.
O segundo painel da manhã, “Tendências atuais da Saúde Digital”, contou com as falas de Ilara Hämmerli (Fiocruz/RJ), Adriana Mallet (SAS), Laura Schertel (UnB) e Jorge Iriart (ISC/UFBA). Ilara enfatizou que a saúde digital deve dialogar com os princípios da Reforma Sanitária, garantindo justiça social e fortalecimento do SUS. Mallet apresentou as possibilidades da telessaúde como instrumento de humanização, enquanto Schertel discutiu os desafios regulatórios da IA e a necessidade de proteger os direitos fundamentais. Iriart, por sua vez, refletiu sobre o uso de Big Data e a medicina de precisão, chamando atenção para o risco de aprofundar desigualdades quando a tecnologia é guiada por interesses corporativos.
Durante a tarde, o painel “Inteligência Artificial e Saúde Coletiva” reuniu especialistas para debater os impactos éticos e sociais dessa tecnologia. Alexandre Chiavegatto Filho (FSP/USP) destacou o potencial da IA para reduzir desigualdades e otimizar recursos no SUS. Virgílio Almeida (UFMG) alertou para os riscos éticos e defendeu uma governança robusta. Hugo Spinelli (UNLa/ARG) criticou o “antihumanismo radical” das tecnologias centradas no lucro. Já Felix Rigoli (NETHIS/Fiocruz) e Fernando Aith (FSP/USP) reforçaram a urgência de políticas públicas e marcos regulatórios que garantam segurança, privacidade e equidade no uso da IA na saúde.
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