Entre os dias 10 e 12 de julho, a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) acolheu a 3º Conferência Continental de Estudos Afro-Latino-Americanos, promovida pelo Instituto de Pesquisas Afro-Latino-Americanas (ALARI/Universidade Harvard). Realizado a cada quatro anos, esta foi a primeira vez que um país latino sediou o evento, que contou com a participação de cerca de mil pesquisadores, gestores e ativistas de todos os continentes do globo.

Na conferência, mestrandos e doutorandos do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA) integraram mesas de debate e apresentaram suas pesquisas em diversos painéis temáticos. Uma das mesas compartilhou as experiências exitosas do Quilombo das Iyás Dalzira e Xica Manicongo, coletivo criado por estudantes negras/os do Programa de Pós-graduação do ISC/UFBA. O quilombo foi representado pelas mestrandas Idália Oliveira, Everly Caroline Teixeira e Irani Silva, e pela doutoranda Camila França, que discutiram o enfrentamento ao racismo no ambiente universitário.

O doutorando Mateus Brito contribui para o debate sobre o panorama das (re)existências quilombolas no Brasil contemporâneo, enquanto o mestrando Igor Myron apresentou uma metassíntese sobre a vulnerabilidade à insegurança alimentar entre pessoas trans. A pesquisadora Irani Santos Silva participou de mais dois painéis focados em racismo, aquilombamento acadêmico e apoio a mães negras e periféricas em Salvador/BA.

Em outro momento, a pesquisadora Camila França explorou o aquilombamento em instituições de pós-graduação e a necessidade de uma permanência afetiva. Já a mestranda Arthur Lopes participou de uma discussão sobre a busca por uma praxis sanitária decolonial que potencialize os objetivos civilizatórios da Reforma Sanitária Brasileira. A mestranda Gisela Naiara dos Santos, por sua vez, integrou um workshop sobre as concepções Bantu-Congo aplicadas à saúde coletiva do Brasil, evidenciando a riqueza e a pertinência de saberes ancestrais na contemporaneidade.

O evento foi também palco para discussões sobre injustiças reprodutivas e a saúde da mulher negra, com uma mesa sobre as desigualdades no acesso à direitos sexuais e reprodutivos no Brasil, conduzida pelas pesquisadoras Idália Oliveira, Everly Caroline Teixeira, Irani Silva e Giovanna di Carli (Pós-Afro/UFBA). Em outra mesa, Idália Oliveira e Giovanna di Carli discutiram ainda iniciativas emancipatórias sobre a saúde da mulher negra, ao lado de Thais Fernanda e Cintia Spindola (CAAF/Unifesp).

Essas participações destacam o compromisso do ISC/UFBA com a produção de conhecimento relevante e transformador, reforçando seu papel no cenário acadêmico global, especialmente em temas pertinentes e urgentes como os discutidos na conferência.

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