Nessa sexta-feira (28), foram iniciadas as atividades de pré-congresso do Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (ABRASCÃO). Professores(as) e pesquisadores(as) do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) participaram da Oficina “Observatórios de Análise Política em Saúde: concepção, colaboração e perspectivas”, sob coordenação da professora Monique Esperidião e exposição do professor Luis Eugênio Portela, os quais também são responsáveis pelos eixos “Análise de Políticas de Saúde Voltadas para a Infância” e “Acompanhamento das Decisões Judiciais Relativas à Saúde”, respectivamente.

Nesta ocasião, o professor Luis Eugênio iniciou o debate com uma exposição crítica acerca dos desafios da atual conjuntura política e sanitária, e destaca em diálogo com o filósofo Antonio Gramsci: “acho que a gente vive um período de uma conjuntura prolongada. Um período de crise orgânica. Quer dizer, períodos prolongados de conflitos e instabilidades, sem perspectivas de mudanças a longo prazo, sem que haja uma força política capaz de impor uma solução histórica”.
A exposição conseguiu suscitar um debate oportuno e frutífero acerca da importância da atuação dos Observatórios de Análise Política em Saúde (OAPS) diante desse cenário, e das múltiplas experiências dos diferentes (e diversos) observatórios no contexto nacional em suas potencialidades e limites. No caso do OAPS do ISC/UFBA, o modelo de gestão descentralizado do OAPS/ISC foi mencionado pelo professor Luis Eugênio, enquanto as professoras Catharina Matos e Mariluce Souza destacaram o esforço do observatório em acompanhar não somente as políticas de saúde, como a cobertura jornalística na seção “tá na mídia”, de forma a produzir informações que consigam esclarecer e melhor orientar o público acerca dos temas em destaque na agenda midiática.

Nesse sentido, o professor Jairnilson Paim enfatizou a importância das jornalistas do OAPS/ISC no papel de difusão do conhecimento, assim como as professoras Camila Reis e Catharina Matos, no caso da atuação dos(as) residentes nos programas de residência em Saúde Coletiva do Instituto nas atividades de acompanhamento de políticas e notícias. Essa articulação entre o OAPS/ISC e os estudantes de graduação e dos programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) e latu sensu (residência) foi parabenizada como sendo um modelo de êxito, sobretudo no que concerne à sustentabilidade dos observatórios e ao papel que se deseja: capaz de produzir evidências para incidir nas políticas públicas e serviços de saúde, suscitar a formação crítica e oferecer informações de qualidade para gestores, pesquisadores, movimentos sociais e para a população geral.
Confira mais fotos no Flickr do ISC.
Texto: Arthur Lopes







