De 04 a 07 de outubro, o Projeto ORI – Grupo de Pesquisa em Saúde Global sobre Racismo e Desigualdades Sociais em Saúde Mental no Brasil realiza o evento “Nas trilhas do ORI: momento de reconhecimento e partilhas entre grupos e territórios”, que reunirá comunidades quilombolas, pesquisadores, serviços de saúde e parceiros institucionais do Brasil (ISC/UFBA, UNIFESP, UFRB, UNEB e Viva Infância) e do Reino Unido (Warwick University) em uma programação diversa entre Salvador Simoes Filho e o Recôncavo Baiano.

O encontro tem como objetivo fortalecer laços entre os territórios participantes do projeto, promover trocas de saberes e vivências, além de consolidar a rede de pesquisadores e parceiros que integram a iniciativa.

Programação

A abertura acontece no dia 04/10 (sábado), com visita à comunidade quilombola Rio dos Macacos, em Simões Filho. A programação inclui caminhada guiada, diálogos com moradores e atividades culturais como samba e feira comunitária, evidenciando a riqueza cultural e a luta histórica dessa comunidade.

No dia 05/10 (domingo), o grupo se desloca até o território quilombola da Bacia e Vale do Iguape, no Recôncavo. Entre as atividades, haverá rodas de conversa “ao pé do Baobá”, almoço comunitário e visita às ruínas do Convento de Santo Antônio do Paraguaçu, na comunidade de São Francisco do Paraguaçu.

Já no 06/10 (segunda-feira), em Salvador, as atividades concentram-se no PAF3 da UFBA, com apresentações das equipes locais: VIVA, SMURB, Grupo Quilombos e Grupo São Paulo, seguidas de debate e do lançamento da Rede de Parceiros Acadêmicos e Político-institucionais do Projeto ORI.

O evento se encerra no dia 07/10 (terça-feira), com reuniões com o órgão financiador NIHR e visitas ao Serviço Médico Universitário Rubens Brasil (SMURB) e ao Instituto Viva Infância (VIVA, finalizando com um momento cultural no bairro do Rio Vermelho.

Sobre o Projeto ORI

O projeto é coordenado pela Profa. Dra. Lisa Dikomitis (University of Warwick, Reino Unido) e pela Profa. Dra. Leny Trad, coordenadora do Programa Integrado Comunidade, Família e Saúde (FASA), vinculado ao Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA).

Trata-se de um projeto internacional financiado pelo NIHR, uma pesquisa-ação que busca compreender de que maneira o racismo estrutural e as desigualdades sociais impactam a saúde mental da população negra no Brasil, bem como desenvolver estratégias de cuidado culturalmente sensíveis e participativas.

O trabalho de campo do ORI ocorrerá em diferentes regiões do país, abrangendo comunidades quilombolas na Bahia (Boqueirão, Engenho da Ponte e Rio dos Macacos), além de serviços de saúde mental em Salvador, como o SMURB e o Instituto Viva Infância. Em São Paulo, o ORI atua na favela de Heliópolis, a maior da capital paulista  ou mesmo da América Latina.

Combinando pesquisa acadêmica, formação profissional e intervenções comunitárias, o ORI se propõe a contribuir para a construção de políticas públicas mais equitativas, além de valorizar a ancestralidade e a resistência como fundamentos para o fortalecimento da saúde mental.