[:pb]Cerca de 2,9 milhões de pessoas tiveram dificuldade de conseguir trabalho na Bahia no mês de maio. É o que aponta a PNAD-COVID19, pesquisa realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde. A Bahia registrou o segundo maior contingente no Brasil, abaixo apenas de São Paulo, estado mais populoso do país.
O número abrange tanto as pessoas que procuraram emprego, mas não encontraram, como aquelas que nem chegaram a procurar trabalho por causa da Covid-19 ou por falta de oportunidades na região onde viviam.
Na Bahia, o grupo representava 24,2% de toda a população de 14 anos ou mais, ou seja, quase 1 em cada 5 pessoas no estado viram a pandemia de alguma forma interferir na busca por trabalho. No Brasil como um todo, em maio, 36,423 milhões de pessoas foram de alguma forma impactadas na sua busca por trabalho.
Esses são os primeiros resultados da PNAD COVID19, uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), que tem o objetivo de mostrar os efeitos da pandemia no mercado de trabalho, além da ocorrência de sintomas da covid-19 e as providências tomadas por quem os apresentou.
Afastamentos e home office
Do total de trabalhadores na Bahia, sejam formais ou informais, 22,7% (1,165 milhão de pessoas) estavam temporariamente afastados do trabalho em maio em virtude da necessidade de isolamento social. O percentual era maior que o do país como um todo (18,6%), mas apenas o 11º entre as 27 unidades da Federação.
Dentre as pessoas ocupadas no estado, em maio, um outro grupo de 280 mil pessoas (5,5% da população ocupada) estava trabalhando em regime remoto, de home office/teletrabalho, em consequência da necessidade de isolamento social. O percentual baiano estava abaixo do verificado no país como um todo (10,3% ou 8,7 milhões de pessoas trabalhando de forma remota) e era o quinto mais baixo entre os estados.
Somando quem foi afastado do trabalho com os que entraram em home office, a pandemia da Covid-19 interferiu de alguma forma no trabalho de 1,445 milhão pessoas na Bahia, ou 28,2% da população ocupada no estado.
Impacto na renda
A pandemia também teve impacto no rendimento médio mensal dos que estavam trabalhando em maio. Na Bahia, 4 em cada 10 pessoas ocupadas (42,4% ou 2,127 milhões de trabalhadores) tiveram redução no que de fato receberam no mês (rendimento efetivo), comparando com o que costumavam receber (rendimento habitual). O percentual foi o terceiro maior entre os estados. No Brasil como um todo, 36,4% das pessoas que estavam trabalhando em maio tiveram rendimento efetivo no mês menor que o habitualmente recebido.
A redução média no rendimento de trabalho na Bahia foi de 21,7%. Habitualmente, os trabalhadores no estado recebiam um rendimento médio mensal de R$ 1.555 e, em maio, receberam efetivamente R$ 1.218 (menos R$ 338). No Brasil como um todo, a diferença foi de -18,6% entre o habitualmente recebido (R$ 2.320) e efetivamente recebido em maio (R$ 1.899).
Síndrome gripal
Em maio, na Bahia, 1,461 milhão de pessoas, ou 9,8% da população, apresentaram pelo menos 1 dos 12 sintomas associados à síndrome gripal investigados pela PNAD COVID19: febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular.
Apesar de o estado ter tido o 6º maior número absoluto de pessoas relatando ao menos um sintoma, percentualmente (9,8%), a Bahia ficou em 17º lugar entre as 27 unidades da Federação. No Brasil, em maio, 24 milhões de pessoas apresentaram ao menos um sintoma de gripe, o que representou 11,4% da população.
Dentre as cerca de 1,5 milhão de pessoas na Bahia que, em maio, tiveram ao menos um sintoma que pode estar associado à Covid-19, 221 mil (14,4%) procuraram atendimento médico em algum estabelecimento de saúde, fosse na rede pública ou privada. Ou seja, pouco mais de 8 em cada 10 pessoas com algum sintoma (85,6%) não procuraram atendimento médico.
Esse foi o quinto percentual mais elevado de não procura por atendimento entre os estados. No Brasil como um todo, 15,7% dos que apresentaram ao menos um sintoma (ou 3,8 milhões de pessoas) procuraram atendimento em estabelecimento de saúde.[:]